sábado, 12 de fevereiro de 2011

Mungazine e Hindane desenvolvem técnicas de produção agrícola

As comunidades de Mungazine e Hindane, localizadas a sul do Distrito de Matutuine estão a registar grandes avanços na área de produção agrícola como resultado da inovação tecnológica cuja introdução teve inicio em 2008.
Com a iniciativa denominada “Escola na Machamba do Camponês”, a FDC criou campos de demonstração de técnicas melhoradas e de multiplicação de culturas junto de machambas dos camponeses, a época de plantação para cada cultura, espaçamento entre as plantas e culturas, a densidade (quantidade de sementes por cova), técnicas de uso de estrumes, uso de sementes melhoradas entre outras.
Como resultados, culturas como milho, amendoim, feijão, alface, cebola e couve passaram a ter um incremento na produção em cerca de 50 por cento em relação a outros anos. “No final de cada época, os camponeses viam a diferença em termos de resultado e automaticamente passaram a respeitar as técnicas de produção” - Alberto Zamgo, extesionista da FDC.
Neste momento, os camponeses estão a introduzir novas culturas, onde se destacam o abacaxi, variedades melhoradas de amendoim, feijão manteiga, nhemba, tomate, pimenta, cenoura, repolho e batata reno. Só para dar um exemplo, neste momento os camponeses iniciaram a colheita de 75 toneladas de abacaxi, sendo que para o próximo ano este número poderá subir para 125.
Fabião Mbethene, membro da Associação 19 de Outubro, mostra-se visivelmente satisfeito com os resultados até aqui alcançados e promete redobrar esforços de modo a aumentarem as áreas de produção e ajudar a responder as demandas dos mercados com maior poder aquisitivo. “Neste momento usamos a produção para o consumo e para a comercialização no mercado local e na Catembe. Esperamos brevemente aumentar ainda mais as áreas de cultivo e as quantidades e fornecer a cidade de Maputo”.
Esta iniciativa beneficia cerca de 260 membros de 7 associações sendo 4 em Mungazine e 3 em Hindane. A mesma faz parte do Projecto Integrado de Matutuine que a FDC esta a implementar desde 2007 e que contam com o financiamento da Fundação Cear. O projecto visa melhorar as condições de habitabilidade das localidades de Hindane e Mungazine, facilitando as comunidades o acesso a infra-estruturas de habitação condigna, agua e saneamento, serviços sociais e promovendo actividades que contribuam para a sua segurança alimentar.

Na região Sul do País: Comités Comunitários ajudam a minimizar sofrimento das crianças

Comités Comunitários de Protecção da Criança estão a ajudar a minimizar o sofrimento de milhares de criança nas províncias de Maputo, Gaza e Inhambane. A título de exemplo, são cerca de 200 crianças que viviam em situação difícil, que receberam apoio directo para poder aceder aos serviços de saúde, educação, alimentação, registo de nascimento, habitação bem como apoio psicossocial. Esta assistência foi prestada durante o ano passado, por apenas 5 dos 20 comités existentes.
Apesar dos constrangimentos com que se debatem alguns deles, como a falta de meios circulantes para deslocar à unidade sanitária e visitar as famílias no domicilio bem como a falta de alimentação e habitação condignas, Gina Sitoe, responsável pela coordenação da assistência técnica às Direccções Provinciais da Mulher e da Acção Social, avança que “o trabalho realizado pelos comités está a ter um impacto muito positivo na melhoria de vida das crianças e famílias carenciadas e desde 2007 já foram apoiadas 153.185 crianças órfãs e vulneráveis sendo 35.708 em Inhambane, 93.144 em Gaza e 20.333 em Maputo”. Muitas das crianças assistidas são órfãs chefes de família, órfãs vivendo com pais doentes crónicos e órfãs vivendo com avós sem capacidade de produzir sustento da família.
A criação dos comités parte do princípio segundo a qual a criança pertence a uma comunidade e esta deve ser a primeira alternativa para acolhe-la em caso de necessidade.
Os comités comunitários são grupos de voluntários constituídos por pessoas influentes nas comunidades e que se preocupam com o bem estar da criança, entre elas professores, enfermeiros, policia, líderes comunitários e religiosos, membros do conselho consultivo, activistas das organizações da sociedade civil, agentes económicos, entre outros que se juntam para apoiar a integração familiar de crianças e idosos vivendo em situação de carência e abandono.
A criação dos Comités Comunitários de Protecção da Criança enquadra-se na Política da Acção Social do Ministério da Mulher e da Acção Social, e, num conjunto de acções que a FDC está a desenvolver em parceria com o UNICEF, para a promoção do bem estar integral e harmonioso da criança.