O Director Executivo da Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC), defende que os africanos devem imaginar um mundo africano não definido pelo Banco Mundial nem pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), mas que é proveniente da própria África, considerando que essa medida é necessária para os africanos saírem da dependência externa e se tornarem agentes do seu próprio desenvolvimento.
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Nesta conferência, o tema da filantropia levantou acesos debates, questionando-se sobre as relações entre os decisores e os beneficiários dos fundos, se a filantropia pode ser considerada como activismo ou simples gesso cobrindo feridas abertas com as desigualdades sócio-económicas.
Actualmente, a “indústria” de ajuda para a África movimenta cerca de 40 biliões de dólares anuais, estando as organizações humanitárias estrangeiras a desempenhar um papel significativo no continente. Por exemplo, a Ford Foundation disponibilizou 9,785 donativos avaliados em 1,3 bilião de dólares desde 1953 até à actualidade.
Citado pela agência de notícias IPS, o académico Moçambicano disse que a filantropia tem beneficiado a África sob forma de recursos financeiros e através da exposição de experiências em outras partes do mundo. Contudo, enquanto aprendem lições de outros continentes, os africanos devem fazer os seus próprios planos de desenvolvimento.
“Nós não podemos confiar na boa vontade dos doadores externos”, sublinhou Matos, apontando a Educação como a condição para “sermos os mestres do nosso próprio futuro”, sendo que, pelo contrário, o continente continuará exportador de matérias-primas e importador de produtos acabados. Segundo o orador, a filantropia externa não só pode estimular a filantropia interna (que não é apenas necessária para mobilizar recursos), mas para fazer advocacia no sentido de reforçar a governação.
Fonte: Diário do País (11/11/09)