segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Graça Machel e Nelson Mandela vencem prémio "Heróis da Década"


A Presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC), Graça Machel, e o seu esposo, o prémio Nobel da Paz Nelson Mandela, ganharam um prémio especial de uma instituição sueca pela acção na defesa dos direitos dos menores, numa eleição em que participaram mais de sete milhões de crianças.

Os organizadores do prémio anunciaram os vencedores no dia 20 de Novembro, numa nota em que incluem declarações destes dizendo que se sentem "muito honrados com o prémio", sobretudo pelo "lugar que as crianças ocupam nos seus corações e nas suas vidas".
O prémio especial "heróis dos direitos das Crianças da Década" foi atribuído pela fundação sueca "Children's World Association", ou associação das crianças do mundo.
A fundação atribui um prémio anual e este ano criou este prémio especial, para comemorar os seus 10 anos de existência.
As acções dos 13 nomeados para o prémio na defesa dos direitos das crianças foram explicadas em 53 000 escolas de 101 países e mais de sete milhões de crianças dessas escolas participaram na eleição.
Mandela e Machel foram eleitos entre 13 concorrentes e vão receber metade do prémio, de 1,1 milhões de coroas suecas (aproximadamente 4,3 milhões de meticais), sendo o restante distribuído pelos outros nomeados.


O prémio será entregue numa cerimónia que vai decorrer em Estocolmo, a 26 de Abril, com a presença da rainha Sílvia da Suécia.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Africanos devem ser responsáveis pelo seu desenvolvimento

- Defende Director Executivo da FDC, Narciso Matos


O Director Executivo da Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC), defende que os africanos devem imaginar um mundo africano não definido pelo Banco Mundial nem pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), mas que é proveniente da própria África, considerando que essa medida é necessária para os africanos saírem da dependência externa e se tornarem agentes do seu próprio desenvolvimento.


Matos defendeu essa posição quando falava no encerramento da conferência “Energising Civil Society” realizada semana passada na vizinha África do Sul pelo “Inyathelo”, South African Institute for Advancement, uma organização sul-africana sem fins lucrativos.
Nesta conferência, o tema da filantropia levantou acesos debates, questionando-se sobre as relações entre os decisores e os beneficiários dos fundos, se a filantropia pode ser considerada como activismo ou simples gesso cobrindo feridas abertas com as desigualdades sócio-económicas.
Actualmente, a “indústria” de ajuda para a África movimenta cerca de 40 biliões de dólares anuais, estando as organizações humanitárias estrangeiras a desempenhar um papel significativo no continente. Por exemplo, a Ford Foundation disponibilizou 9,785 donativos avaliados em 1,3 bilião de dólares desde 1953 até à actualidade.
Citado pela agência de notícias IPS, o académico Moçambicano disse que a filantropia tem beneficiado a África sob forma de recursos financeiros e através da exposição de experiências em outras partes do mundo. Contudo, enquanto aprendem lições de outros continentes, os africanos devem fazer os seus próprios planos de desenvolvimento.
“Nós não podemos confiar na boa vontade dos doadores externos”, sublinhou Matos, apontando a Educação como a condição para “sermos os mestres do nosso próprio futuro”, sendo que, pelo contrário, o continente continuará exportador de matérias-primas e importador de produtos acabados. Segundo o orador, a filantropia externa não só pode estimular a filantropia interna (que não é apenas necessária para mobilizar recursos), mas para fazer advocacia no sentido de reforçar a governação.
Fonte: Diário do País (11/11/09)