terça-feira, 9 de março de 2010

MULHER RURAL EXIGE DIREITOS E OPORTUNIDADES IGUAIS


Em comemoração do 8 de Março, dia mundialmente consagrado para as mulheres, o Fórum Moçambicano das Mulheres Rurais (FOMMUR), coordenado pela Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC), juntou numa das salas de conferência da cidade de Maputo, cerca de uma centena de mulheres rurais com objectivo de reflectir sobre o passado, o presente e o futuro das mulheres enquanto actoras do sector produtivo.
Marta Cumbi, Coordenadora da Unidade de Género e Cooperação da FDC, destacou a necessidade do mundo mudar na forma de encarar a mulher, pois, segundo ela, “já está provado que as mulheres tem capacidades para contribuir para o desenvolvimento da humanidade independentemente do lugar onde se encontram, sendo que para que isso aconteça com sucesso, elas devem se organizar e serem mais determinadas”.
No encontro, em que se fizeram presentes representantes dos movimentos associativos dos distritos de Boane, Ressano Garcia, Manhiça e Marracuene, ficou patente que a fraca formação continua sendo um dos grandes obstáculos que limita a participação da mulher nos processos de tomada de decisão. A título de exemplo, Lucilia Malache, representante da Associação de Mulheres Rurais (MUR) do distrito de Ressano Garcia, mostrou-se preocupada com o facto da mulher rural ver limitada a sua participação nos Conselhos Consultivos Distritais (CCDs) pelo facto de não se expressarem na língua portuguesa. Muitas receiam apresentar as suas ideias daí que quando são convidadas vão apenas para assistir.
Durante os debates, ficou patente que as questões culturais continuam a ser um dos grandes entraves, que impedem a mulher de participar na vida política, económica e social ao nível dos distritos.
As participantes destacaram o facto de tal como as mulheres que no dia 8 de Março foram violentadas por exigirem entre outras questões, a redução de horas de trabalho, a mulher rural continua a ver o seu contributo não reconhecido na sociedade. Aliás, as mesmas destacaram o facto de passarem a maior parte das suas vidas sendo excluídas no acesso aos recursos, como a terra (DUAT), água, crédito, serviços de saúde, educação entre outros, daí que consideram ter razões mais do que suficientes para compreender e abraçar as causas das mulheres que levaram à consagração do “Dia Internacional da Mulher”.
De recordar que esta data comemora-se em todo o mundo pelo facto de no dia 8 de Março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, na cidade de Nova Iorque, reivindicando melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de 16 para 10 horas, melhores salários (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho, foram violentamente reprimidas e de seguida incendiadas dentro de uma fábrica, sendo que cerca de 130 perderam a vida carbonizadas, num acto totalmente desumano. A data foi oficializado pelas Nações Unidas em 1975.

Um comentário:

Anônimo disse...

Iniciativa muito boa essa de promover as mulheres rurais, pois elas são a base da nossa existência. Graças a elas, temos o que comer.
Continuem assim. Viva a Mulher Rural.