terça-feira, 30 de março de 2010

Boletim Informativo








  • LEIA A INTERESSANTE ENTREVISTA COM PROF.DR NARCISO MATOS, DIRECTOR EXECUTIVO DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA COMUNIDADE.
  • NESTA ENTREVISTA MATOS FAZ O BALANÇO DAS ACTIVIDADES NO ANO 2009 E APONTA ALGUNS DESAFIOS PARA 2010.
ESTE BOLETIM ESTA DISPONÍVEL NO: 
www.fdc.org.mz
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segunda-feira, 29 de março de 2010

Em Ancuabe, na Província de Cabo Delgado: Comunidades apoiam na construção de infra-estruturas

No Posto Administrativo de Mesa, Distrito de Ancuabe, Província de Cabo Delgado, a comunidade local esta a participar na construção de infra-estruturas locais de saúde (casas Mãe Espera), económicas (aviário) e de um Centro Comunitário de Recursos. Nestas obras que foram iniciadas no presente ano, importa destacar a participação activa de mulheres que constituem a principal mão-de-obra e que serão as maiores beneficiárias das infra-estruturas.
A construção dos impreedimentos é parte de um conjunto de actividades que a Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC) esta a desenvolver no distrito no âmbito Projecto Integrado de Amnuabe e que conta com o financiamento da Embaixada da Noruega.

terça-feira, 23 de março de 2010

Sem água não há vida


Sem água não há vida, diz um adágio popular, procurando traduzir, em poucas palavras, a ideia de que a água é essencial para a vida humana - para a saúde básica e sobrevivência, bem como para a produção de alimentos e prática de actividades económicas orientadas  para a geração de rendimento.

Infelizmente, não obstante os esforços que estão sendo desenvolvidos em todo mundo para que mais pessoas tenham acesso a água, comemoramos mais um 22 de Março, o Dia Mundial da Água, com dados assustadores, no que se refere as estatísticas mundias de pessoas que continuam a ter restrições a este precioso líquido. Mais de mil milhões não tem acesso a água limpa em todo o mundo e mais de dois milhões não têm acesso a um saneamento básico, oque constitui principal causa de várias doenças, sobretudo nas crianças.

Em Moçambique, dos cerca de 20,3 milhões de habitantes, menos da metade tem, actualmente, acesso à água potável. Deste grupo, as crianças continuam a ser o grupo que mais sofre com doenças contraidas devido ao consumo de água imprópria.

Dados das Nações Unidas indicam que em Moçambique, cerca de 49% das crianças encontram-se privadas do consumo de água e 47 de saneamento, sendo que nas zonas rurais as privações chegam a atingir a fasquia dos 60%.

Estes dados tornam um imperativo o desancadear de acções com vista a providenciar às comunidades este precioso líquido cuja a essência está e estará sempre ligada a vida. O acesso a água é um direito fundamental e inadiável, pois constitui um pré-requisito para realização de outros direitos humanos.

A FDC iniciou o ano 2010 procedendo a entrega formal de infra-estruturas básicas para o fornecimento deste precioso líquido as comunidades de Mungazine e Hindane, no Distrito de Matutuine. Ora, mais do que entrega formal de infra-estruturas básicas, esta acção constitui um grande contributo para que aquelas comunidades vivam com o mínimo de dignidade, pois, agora, é possível para as crianças, mulheres e idosos de Mungazine e Hindane regarem a vida com segurança e olharem para o futuro com mais esperança. São estes, e outros gestos, que iluminam a visão da nossa organização que coloca sempre a dignidade humana no centro de qualquer acção.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Graça Machel critica metas de formação de cientistas

A PRESIDENTE da Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC), Graça Machel, critica os planos do Governo moçambicano de formar apenas 6500 cientistas até 2025 no quadro da estratégia do Executivo para o desenvolvimento do país.
Para Graça Machel, que falava segunda-feira, em Maputo, na Palestra Anual sobre Saúde Global, promovida pela Fundação Manhiça, estas metas são "inapropriadas" e "inaceitáveis", porque (só para dar exemplo) 6500 cientistas é o que a África do Sul forma por ano.
“Ter 6500 cientistas até 2025 no país é pouco. Não se vai sair da pobreza se não se apostar na massa cinzenta dos jovens. O Governo deve prestar especial atenção à formação de recursos humanos. Portanto, tem que formar massivamente os seus quadros”, defendeu.
Neste momento Moçambique conta com cerca de mil cientistas nas várias áreas de especialidade, um número considerado exíguo, dados os desafios de busca de conhecimento para a erradicação da pobreza.
“É possível ter recursos humanos à altura das necessidades do país. Mas o que falta é uma visão estratégica de formação de quadros. Os números que prevemos até 2025 são totalmente inapropriados e inaceitáveis”, afirmou.
Na ocasião, Graça Machel sublinhou que é altura de Moçambique começar a preocupar-se em desenhar políticas que visualizem o seu futuro.
Para ela, é um bom começo que o país pense no combate à pobreza, mas neste momento o erro reside no facto de se ter um visão de curto prazo.
“Precisamos pensar no futuro. Por exemplo, é preciso verificar se o aluno que formamos hoje quando entrar para a actividade produtiva vai se comparar ao Homem do mundo. Isto tem a ver com a forma como nós nos estruturamos desde a base até à sociedade do conhecimento”, referiu.
Outra questão abordada por Graça Machel na palestra foi a fuga de cérebros, tendo proposto a atribuição de estímulos para que os quadros possam permanecer nas áreas académica e de investigação.
Ela deu exemplo de um jovem moçambicano que se encontra a estudar em Barcelona com quem se cruzou e a questionou: depois da formação quando regressar a Moçambique o que vou fazer se não existem condições para continuar os trabalhos de investigação e pesquisa, como laboratórios.
"Paralelamente à formação é preciso que as condições de trabalho e materiais sejam colocadas aos quadros. É um investimento que vai fazer o país sair da pobreza”, disse.
Graça Machel, viúva do primeiro Presidente de Moçambique independente (Samora Machel) e actual esposa do ex-Presidente sul-africano (Nelson Mandela), sugeriu igualmente a atribuição de incentivos às empresas moçambicanas para apostarem na investigação, tendo avançado que para o caso das multinacionais que operam no país devia haver alguma obrigatoriedade das mesmas fazerem investigação.
Desta forma, segundo explicou a presidente da FDC, os quadros moçambicanos seriam melhor aproveitados e o país produziria conhecimento comprovadamente válido.
Para Graça Machel, o Centro de Investigação em Saúde da Manhiça é um exemplo de produção de conhecimento em Moçambique cuja experiência deveria ser replicada pelo resto do país.
Fonte: J. Notícias, 26 de Fevereiro de 2010

terça-feira, 9 de março de 2010

MULHER RURAL EXIGE DIREITOS E OPORTUNIDADES IGUAIS


Em comemoração do 8 de Março, dia mundialmente consagrado para as mulheres, o Fórum Moçambicano das Mulheres Rurais (FOMMUR), coordenado pela Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC), juntou numa das salas de conferência da cidade de Maputo, cerca de uma centena de mulheres rurais com objectivo de reflectir sobre o passado, o presente e o futuro das mulheres enquanto actoras do sector produtivo.
Marta Cumbi, Coordenadora da Unidade de Género e Cooperação da FDC, destacou a necessidade do mundo mudar na forma de encarar a mulher, pois, segundo ela, “já está provado que as mulheres tem capacidades para contribuir para o desenvolvimento da humanidade independentemente do lugar onde se encontram, sendo que para que isso aconteça com sucesso, elas devem se organizar e serem mais determinadas”.
No encontro, em que se fizeram presentes representantes dos movimentos associativos dos distritos de Boane, Ressano Garcia, Manhiça e Marracuene, ficou patente que a fraca formação continua sendo um dos grandes obstáculos que limita a participação da mulher nos processos de tomada de decisão. A título de exemplo, Lucilia Malache, representante da Associação de Mulheres Rurais (MUR) do distrito de Ressano Garcia, mostrou-se preocupada com o facto da mulher rural ver limitada a sua participação nos Conselhos Consultivos Distritais (CCDs) pelo facto de não se expressarem na língua portuguesa. Muitas receiam apresentar as suas ideias daí que quando são convidadas vão apenas para assistir.
Durante os debates, ficou patente que as questões culturais continuam a ser um dos grandes entraves, que impedem a mulher de participar na vida política, económica e social ao nível dos distritos.
As participantes destacaram o facto de tal como as mulheres que no dia 8 de Março foram violentadas por exigirem entre outras questões, a redução de horas de trabalho, a mulher rural continua a ver o seu contributo não reconhecido na sociedade. Aliás, as mesmas destacaram o facto de passarem a maior parte das suas vidas sendo excluídas no acesso aos recursos, como a terra (DUAT), água, crédito, serviços de saúde, educação entre outros, daí que consideram ter razões mais do que suficientes para compreender e abraçar as causas das mulheres que levaram à consagração do “Dia Internacional da Mulher”.
De recordar que esta data comemora-se em todo o mundo pelo facto de no dia 8 de Março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, na cidade de Nova Iorque, reivindicando melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de 16 para 10 horas, melhores salários (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho, foram violentamente reprimidas e de seguida incendiadas dentro de uma fábrica, sendo que cerca de 130 perderam a vida carbonizadas, num acto totalmente desumano. A data foi oficializado pelas Nações Unidas em 1975.